Sobre o silêncio...

Roda viva do Chico expressa bem dias um tanto tediosos, dias em que tudo parece o mesmo e banal, os textos giram em torno dos mesmos temas. A sensação de que tudo já fora dito, como se a fonte que jorrava rios de água, simplesmente parou, secou. Uma angustia bate à porta, como se o ar que de tão abundante se tornara desnecessário, de repente resolver ficar escasso e seus pulmões não conseguem mais oxigenar o cérebro.


Os livros parecem ter perdido seu brilho, a música caiu nas graças do silêncio e o sentimento que havia, ficou obsoleto e frio. O tempo que antes corria numa velocidade insana, agora, anda a passos difusos e sem sentido, ora rápido, ora devagar demais. Como se a vida em si perdesse seu brilho, também pudera, passar toda a primavera observando atentamente o colorido das vias e casas floridas, chega um tempo em que esta estação se vai para dar lugar ao inverno. Se alguns animais hibernam neste período, porque escritores também não teriam seu momento de hibernar?

É preciso haver o silêncio para que se sinta saudade do som, este silêncio é a manifestação de que o músico está compondo, que os pássaros estão cuidando da voz, para um dia poderem cantar. E para o escritor, o tédio é necessário para se buscar o novo, uma nova experiência para que a vida e a pena que cria palavras se renove.

Uma coisa é certa, mesmo sendo necessário, este silêncio continua sendo um sentimento tremendamente angustiante, por isso que o ser humano criou o barulho ensurdecedor do cotidiano...

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