Um reino que perdeu sua essência - A parábola dos libertos e libertinos - parte 1

Num reino muito próximo...vizinho ao nosso, vivia um povo muito diferente. 

Eram pessoas comuns que andavam com roupas comuns, tinham comportamentos comuns, trabalhavam em empregos comuns e viviam suas vidas comuns.

O diferencial das pessoas do lugarejo era evidenciado no que os unia, no que acreditavam e no ideal para o qual viviam – TODOS ERAM CIDADÃOS LIVRES – LIBERDADE. Era essa a meta de todos e o legado de cada família.

Faz se necessário explicar como esse povoado que acabou tornando-se um reino.

Um dia um carpinteiro nos auge dos 33 anos saiu pelas ruas de MOTORLAND – era esse o nome do povoado - dizendo a todos que o mundo era muito maior do que eles imaginavam, que havia descobertas a serem feitas e que a vida não se limitava aos arredores da vila. 


Ele sempre trazia junto de si um livro repleto de rotas e trilhas, por onde cada homem teria contato direto com o CRIADOR e a tudo que ELE criou.  Nas páginas do livro se podia notar os belos traços das longas e misteriosas Highways até então desconhecidas por todos.

Com isso muitos foram atraídos para ouvir as boas novas, também despertou a oposição dos mais radicais que diziam não haver outra maneira de se sentirem mais livres ainda, diziam ainda que aquelas palavras eram utópicas e fantasiosas. 


O carpinteiro e seus seguidores eram conhecidos por estar junto de pessoas desfavorecidas, pessoas rejeitadas, também por magnetizar gente de estatus e renome da sociedade. O que chamou a atenção da ala radical da vila que crescia cada dia mais.

Assim o pequeno povoado tornou-se grande. Grande não. Virou MOTORVILLE. Gente de diversas partes vinham conhecer de perto qual era a do carpinteiro, todos querendo sondar um pouco mais sobre a novidade do momento... Andar com liberdade por todo lugar do mundo! Tendo a sensação de liberdade no rosto em forma de vento.

O fato é que ele conseguiu seu intento. Quando sua tarefa finalmente estava cumprida ele se foi. Deixando todas as instruções necessárias aos homens que estavam mais próximas a ele.

Nesse meio tempo algo aconteceu. Todo conhecimento transferido começou sofrer alterações. A princípio as mudanças eram pequenas, nada que alterasse de fato a essência dos ensinamentos. Mas aos poucos as pessoas já não queriam sair pra liberdade a que foram chamadas e começaram a criar pequenos grupos descaracterizados que também descaracterizavam os escritos do livro do carpinteiro de Motorland.

Então o que começou como um chamado pra fora, um chamado pra liberdade, tornou-se tão somente bandeiras que distinguia um grupo do outro grupo. 

Assim foram criados os Motoclubes.  Verdadeiras instituições. Homens mulheres jovens e crianças unidos pela mesma música, guiados pelo mesmo estatuto, regidos pelas mesmas leis, pagando seus devidos tributos - Sim havia tributo – afinal como seriam pagos os aluguéis dos locais de encontro?! Como seria providenciado o banquete de churrascos e de outros paramentos que precisavam fazer parte das celebrações dos irmãos motociclistas?!.

P.S.: Não percam a segunda parte da pequena saga

Na estrada que conduz ao Reino,
Noh Oliveira

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