De desmatados verdes
Do amarelo de fome
Do esquálido azul
Copa das falcatruas e corrupções
Da deturpação de símbolos
Da ignomínia nacional.
Copa da insensatez sem medidas
Dos dirigentes desgovernadamente perdidos
de suas reais funções
Das falas mal ditas por “ditos” craques cheios de si
Que desdizem daqueles que os aplaudiram em glória
Que hoje são esquecidos e desamparados por quem tanto
devotaram amor
Copa de todo o mundo, menos do povo enfraquecido em voz.
Copa das seleções de descasos
Das vergonhas e dos desmandos
Copa dos sem cozinha
Nem cama
Dos sem tetos e chão
Copa que um dia trouxe alegrias
Que levantou uma Nação
Copa que um dia foi da seleção canarinho
Que hoje, em canto, perdeu-se no tom
Que perdeu suas asas
Seu fascínio e encantamento
Que de som só produz lamento
Copa das passeatas e manifestações
Da desgraciosa pátria “mãe gentil”
Que negligencia seu seio e desmama seus filhos
Negando-lhes a paz do futuro e ofuscando as glórias do
passado
Noh Oliveira
Buscando poesia onde não há
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